Palmeiras 0 x 2 Corinthians
São Paulo, SP, 06 (AFI) – A tão elogiada força mental importante para o Palmeiras empilhar taça nos últimos anos não existe mais. Prova disso foram o nervosismo com que encarou seu maior rival e a cabeçada intempestiva de Aníbal Moreno que deixou o time alviverde com um a menos e o Corinthians à vontade para ganhar o dérbi de novo, desta vez por 2 a 0 no Allianz Parque.
O triunfo tranquilo no Allianz Parque garantiu a equipe alvinegra nas quartas de final da Copa do Brasil.
Leve e confortável, o Corinthians explorou os vários erros do rival, sobretudo técnicos, e conquistou com merecimento a classificação. Com um atleta a mais desde os 14 minutos do primeiro tempo, depois que o destempero de Aníbal Moreno lhe rendeu o vermelho por acertar cabeçada em José Martinez, o time de Dorival Júnior fez o que quis.
Foto: Cesar Greco – SEP
DOMÍNIO DO CORINTHIANS
Dominou o Palmeiras no Allianz Parque em todos aspectos, e teve inteligência e calma para marcar os gols em momentos oportunos, jogando mais pressão sobre a equipe de Abel Ferreira.
Criticado como nunca havia sido em seus cinco anos no comando palmeirense, o treinador fez escolhas erradas, como tirar Vitor Roque no intervalo, e foi incapaz de ajeitar a formação com dez em campo, terminando a noite vaiado e xingado por parte da torcida.
DETALHES DE PALMEIRAS X CORINTHIANS
Irritado à beira do gramado, ele viu seus atletas pilhados, desconcentrados e cometendo erros em profusão, confirmando que o “cabeça fria, coração quente” foi esfacelado. O insólito protesto da torcida na véspera do clássico, usando cesta com doces para os jogadores que não teriam “fome” de disputar o dérbi, não deu resultado. O time confundiu garra hostilidade e facilitou a tarefa do Corinthians.
A bola aérea, outrora uma virtude do Palmeiras, hoje é mais um problema do time e uma solução para a equipe alvinegra, que encontrou pelo alto seus dois gols, valendo-se da altura de Gustavo Henrique.
Foi o zagueiro que ajeitou para Matheus Bidu fazer o primeiro no fim da etapa inicial e que anotou, de cabeça, o gol que definiu a inédita classificação alvinegra. Inédita porque foi a primeira vez que o Corinthians eliminou seu arquirrival em um mata-mata em competições que não sejam o Paulistão.
DIFERENÇAS DE CORINTHIANS E PALMEIRAS
Sobraram futebol, tranquilidade e malícia nos dois jogos para o Corinthians. Faltaram cérebro, alma e inteligência ao Palmeiras, mais uma vez eliminado em seu estádio.
O Corinthians embolsa R$ 4,7 milhões pela classificação e ainda irá conhecer seu rival na próxima fase. Sorteio marcado para terça-feira na sede da CBF vai definir os confrontos das quartas de final. O Palmeiras direciona seu foco para o Brasileirão e para o mata-mata da Libertadores.
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Acostumado com o caos político e institucional, o clube do Parque São Jorge ganha dias de paz às vésperas da votação que irá referendar o impeachment de Augusto Melo ou colocá-lo de volta à presidência.
A oitava eliminação seguida em seu estádio nos últimos anos deve instalar uma crise no Palmeiras, cobrado para jogar melhor e voltar a levantar taças, o que não acontece desde o Paulistão de 2024.
Os protestos começaram antes do jogo e seguiram antes do apito final. “Ô, Leila, sua imbecil, pega esse time e vai para a p***”, esbravejaram membros da Mancha Alviverde, a principal organizada ligado ao clube, que também cobrou o diretor Anderson Barros.
Nem Abel Ferreira passou ileso. Foi xingado nos minutos finais pela uniformizada, quando parte dos 41 mil palmeirenses já estavam deixando o estádio.
Alguns apoiadores do técnico tentaram abafar o coro contra o português, mas as vaias foram mais baixas que as ofensas. Foi uma noite melancólica para o Palmeiras e uma inesquecível para o Corinthians.